Por João Rosário
A ciência do esporte evolui, consagrando hábitos, derrubando crenças e nos deixando a pergunta: será que eu estou treinando certo?
Os estudos em educação física estão cada vez mais avançados e algumas das crenças mais sagradas no universo do treinamento estão sendo derrubadas. Até mesmo algumas novidades que acabaram de chegar, já estão sendo colocadas em xeque.
Mas enquanto a ciência dá suas voltas no caminho do conhecimento do nosso corpo, o importante é manter o centro e o foco: que é treinar com prazer, segurança e planejamento.
Alongamento ou movimento preparatório?
Desde sempre o alongamento antes da atividade física é recomendado a fim de preparar o músculo e evitar lesões. Será mesmo necessário?
Existe um mecanismo de proteção do músculo chamado de reflexo de alongamento. Quando se alonga o músculo de forma excessiva por um período tempo, esse mecanismo contrai o músculo para o proteger de possíveis lesões. Essa contração, via de regra interfere no desempenho muscular e o resultado é um treino não tão eficiente. Pesquisas comprovaram que o alongamento estático antes de participar de um esporte pode diminuir a capacidade de um atleta para gerar potência, velocidade e aceleração.
A alternativa mais indicada em pesquisas recentes é a realização de movimentos preparatórios. Uma série de exercícios dinâmicos que aumenta a temperatura central, o fluxo de sangue para os músculos e prepara o sistema nervoso para a atividade física.
Menos é mais!
É cultural achar que quanto mais peso na musculação melhor. Culpa da influência do halterofilismo nas bases do treinamento da musculação.
O aumento indiscriminado da carga no treino contribui e muito para gerar ou agravar lesões. Tanto que, mesmo para os atletas de elite do levantamento de peso, não é comum usar cargas elevadas.
Em agosto foi publicado um trabalho liderado por Stuart Philips da McMaster University no Canadá, onde foi constatado que a produção de novas proteínas musculares, responsáveis pela hipertrofia, é maior quando se exercita com cargas menores e até a exaustão.
Superfícies instáveis
Também conhecidas como fitballs ou bolas suíças, usadas para exercícios abdominais, flexão de braço ou supino com o objetivo de ativar mais fibras musculares profundas. A eficácia da base instável também têm sido questionada. Um estudo publicado pela NSCA (National Strength and Condiotioning Association) revela que não existe diferença de ativação entre as duas superfícies (instável X fixa).
O mais importante é treinar o movimento para ter maior mobilidade, agilidade, potência, força e melhorar não só o desempenho nos esporte praticado, mas nas atividades do cotidiano.
Abdominais: como treinar?
Os músculos abdominais são estabilizadores e devem responder rapidamente, para isso, devem ser treinados da forma dinâmica e com a mais alta qualidade possível. Também é válido treinar as posturas estáticas onde o alinhamento pode ser um desafio.
Uma dúvida muito comum é qual o melhor exercício para o reto abdominal e se existe divisão entre inferior ou superior. O reto abdominal é um músculo grande que se estende desde o apêndice xifóide na parte inferior da caixa torácica até a sínfise púbica e tem como funções básicas a flexão e resistência à extensão do tronco e inclinação pélvica.
O comum no treinamento do reto abdominal é um ciclo de flexão e extensão de coluna puxando para baixo a caixa torácica, isso pode aumentar a cifose e a probabilidade de dores de ombro e manguito rotador.
O abdominal não pode ser dividido em inferior e superior, muitos acham que elevação de perna “pega mais” porque fica mais dolorido e é mais difícil do que flexões de coluna. Está comprovado que este tipo de exercício aumenta a dor muscular tardia.
Confira esse e outros artigos na Revista GO!FASTER
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