terça-feira, 29 de setembro de 2009

Redução dos Custos Ambulatoriais em Hipertensos Após Um Programa de Exercícios.

A hipertensão arterial (HA) está associada a alterações metabólicas e hormonais e também é reconhecida como um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Segundo o DATASUS, de janeiro/2006 a março/2006 houve 2.768.540 internações, sendo 9,9% proveniente de doença cardiovascular e desta, 10,5% causada diretamente pela HÁ. O SUS gasta R$ 1.644,42 para uma internação por infarto do miocárdio, R$ 622,48 por acidente vascular encefálico, R$ 745,74 por insuficiência cardíaca e R$ 216,33 para crise hipertensiva. Em 2002 foram identificados 4,2 milhões de casos de hipertensão, ano em que o Ministério da Saúde implantou o Plano de Reorganização da Atenção a Hipertensão e Diabetes, com o objetivo de melhorar a assistência às pessoas com estas doenças. A despeito da grande variabilidade e disponibilidade dos agentes anti-hipertensivos, o tratamento farmacológico ainda apresenta baixa efetividade, principalmente devido à desinformação do paciente e aos efeitos colaterais, o que causa abandono do tratamento. Entre os tratamentos não farmacológicos o exercício físico tem se destacado por seu efeito hipotensor.

O objetivo deste estudo foi reunir informações sobre o custo do tratamento de pessoas com HÁ sob acompanhamento ambulatorial, em dois momentos distintos: doze meses antes de serem submetidas à rotina regular de exercícios físicos e doze meses após.

A pesquisa foi realizada na cidade de Bauru, São Paulo, no Núcleo de Saúde “Otavio Rasi”. Em 2003 foi criado o Programa Projeto Hipertensão, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Departamento de Educação Física da UNESP – Bauru. Este projeto atende cerca de 50 pacientes e somente 31 deles participaram da pesquisa.

A média de idade foi de 55 ± 10 anos, sendo 72% mulheres e 25,8% homens. A pressão arterial sistólica partiu de 135 ± 3 mmHg para 127 ± 2 mmHg (p<0,05)>

Os custos são apresentados para os 31 pacientes ou corrigidos para 100 pacientes para que permita estabelecer projeções.
Os resultados relacionados a consultas médicas e outros serviços mostraram redução de 28% dos custos. Exames laboratoriais uma economia de 45% e na distribuição de medicamentos ocorreu redução de 25%. No montante total houve uma economia de 35,8% em um ano de prática regular de exercícios físicos, com projeção de R$ 28.886,68/ 100 pacients.

Os autores concluem que, a implantação de programas de exercícios físicos são importantes para reduzir os gastos com pacientes em hipertensão arterial. Informações do blog do professor Maurício dos Santos.


Referência
Rolim LMC, Amaral SL, Monteiro HL. Hipertensão e Exercício: Custos do Tratamento Ambulatorial, Antes e Após a Adoção da Prática Regular e Orientada de Condicionamento Físico. Hipertensão 2007; 10(2):54-61.

Estranha transformação

Durante um ataque epiléptico, ondas de atividade elétrica anormais se propagam pelo cérebro. O fenômeno pode gerar experiências estranhas, incluindo diversos tipos de alucinações e sensações diversas. Mais estranho ainda foi o caso recente de uma mulher com epilepsia que se sentia transformada em homem durante alguns ataques epiléticos. A epilepsia é uma condição neurológica cujas causas ainda permanecem desconhecidas. Em alguns casos, o início dos ataques epiléticos está relacionado com traumatismos cranianos, tumores cerebrais, alguns tipos de infecção, envenenamento ou alterações durante o desenvolvimento embrionário. Não existe idade para que os sintomas aconteçam, apesar de serem mais prevalentes em crianças e adolescentes. Cerca de 1 em cada 10 pessoas sofre com epilepsia em algum momento da vida. Não existe cura. O portador não controla os ataques ou crises epilépticas, o que contribui para o estigma da doença. Um trabalho recentemente publicado, liderado por Burkard S. Kasper e colaboradores (“Ictal delusion of sexual transformation”, Epilepsy & Behavior 2009) da universidade de Erlangen-Nurnberg, na Alemanha, descreve que as sensações de transformação sexual experimentadas por uma mulher de 37 anos incluem a impressão de que a voz ficou mais grossa e os braços mais peludos. Numa ocasião específica, a mulher relata que sentiu que uma amiga, que estava no mesmo ambiente quando ela teve o ataque, também se transformava em homem. Dados de ressonância magnética revelaram que a mulher tinha uma lesão na amígdala cerebral direta, provavelmente causada por um pequeno tumor. Também foram descritas atividades neuronais anormais perto do lobo temporal direito, sugerindo que aí estaria a fonte dos ataques. Fora alguns sintomas de depressão e ansiedade, que são controlados com medicamentos, a paciente não apresenta nenhum histórico de doença psiquiátrica e nunca teve a sensação de transformação sexual na ausência dos ataques. Sentimentos ilusórios de transformação sexual já foram descritos em pessoas com esquizofrenia e outras doenças psiquiátricas, mas nunca em pacientes com epilepsia. Os autores deixam claro no trabalho que não acreditam que haja um centro de identidade sexual na amígdala direta. Se esse fosse o caso, seria de se esperar alucinações parecidas em pacientes que passaram pela remoção de amígdala (um procedimento comum em pacientes cujos ataques são muito frequentes). Mas isso nunca foi descrito antes. Muito mais provavelmente, a amígdala estaria funcionando como um nó numa rede neuronal do cérebro, essencial para o reconhecimento da própria identidade. Eventuais falhas na sincronização dessa rede causariam essas bizarras experiências sensoriais. O grande escritor russo Fiódor Dostoiévski costumava descrever que sentia a presença de “Deus” em momentos imediatamente anteriores aos seus ataques epilépticos. Sensações mais comuns são sentimentos de déjà vu, ou o oposto, jamais vu (a sensação de um ambiente familiar tornando-se estranho de repente). No estado epiléptico você pode viver momentos de emoções intensas e extremas, levando-o para estados de perda de identidade do “eu” ou mesmo do seu lugar em relação ao mundo. Essa perda da capacidade de posicionar espacialmente pode ser correlacionada com o aumento da neurogenesis no hipocampo. O hipocampo é uma das áreas do cérebro onde se observa o constante nascimento de novos neurônios, a chamada neurogenesis. A neurogenesis continua na fase adulta e está relacionada com memória e aprendizado. Sabe-se que o hipocampo contribui para a memória espacial do indivíduo e talvez até pelo posicionamento do “eu” ou representação corporal no espaço. Curiosamente, ataques epilépticos ativam a neurogenesis de forma descontrolada. Os novos neurônios são produzidos em maior velocidade. Porém, nem sempre as conexões neuronais são estabelecidas de forma correta (Overstreet-Wadiche e colegas, “Seizures accelerate functional integration of adult-generate granule cells”. “The Journal of Neuroscience”, 2006). Essa neurogenesis desregulada poderia ser uma das causas da perda da memória espacial e reconhecimento ambiental. A epilepsia é uma condição neurológica extremamente misteriosa, e a investigação dos mecanismos envolvidos está sempre revelando dados fundamentais para o entendimento do cérebro humano. Epilepsia é a terceira condição neurológica mais prevalente na humanidade, abaixo somente do mal de Alzheimer e derrames cerebrais. Mesmo assim, ainda existe muito preconceito e discriminação. A falta de conhecimento contribui para uma série de mitos sobre epilepsia, tais como classificar os pacientes como doentes psiquiátricos, retardados ou mesmo incapazes. Neste mês ocorre a 5ª Semana Nacional de Epilepsia no Brasil, um movimento direcionado para a luta contra o estigma e para ampliar a campanha mundial “Epilepsia fora das sombras”, da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil tem posição de destaque na pesquisa, com diversos grupos trabalhando sobre o tema, na busca de mais conhecimento, diagnóstico e tratamento. Mesmo com toda essa mobilização, o espaço na mídia dedicado à epilepsia é pequeno. Seria interessante expor mais adultos e crianças ao assunto para que o preconceito e espanto ao presenciar uma pessoa tendo ataque epiléptico sejam coisas do passado. Com informações de Alysson Muotri.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Efeitos Benéficos do Exercício Físico nas Epilepsias: o Judô Faz Parte Deste Contexto?

Douglas E. VieiraI; Fulvio A. ScorzaII; Antonio C. da SilvaIII; Marília S. AndradeIV; Esper A. CavalheiroV; Marly de AlbuquerqueVI; Ricardo M. AridaIII

IMestrando da Disciplina de Neurologia Experimental, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM). Professor da Disciplina de Judô da Universidade Bandeirante de São Paulo. Coordenador de Judô do Clube Atlético Paulistano. Medalhista Olímpico de Judô (Los Angeles, USA, 1984)
IIProfessor Adjunto da Disciplina de Neurologia Experimental, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM). Judoca Sênior, Yamasaki Judô Club
IIIProfessor Adjunto do Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM)
IVProfessora Afiliada do Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM)
VProfessor Titular da Disciplina de Neurologia Experimental, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM)
VIProfessora Adjunta de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de Mogi das Cruzes (NPT/UMC)



RESUMO

INTRODUÇÃO: Pessoas com epilepsia tem sido constantemente desaconselhadas a participarem de atividades físicas ou esportivas por receio do exercício provocar crises epilépticas. Apesar da atitude médica atual recomendando a participação em atividades esportivas, o estigma ainda persiste e as pessoas com epilepsia continuam menos ativas que a população em geral.
OBJETIVOS: Neste sentido, vários estudos clínicos e experimentais têm demonstrado um efeito benéfico do exercício físico na epilepsia. O judô é um esporte tradicional e popular e pessoas com epilepsia freqüentemente perguntam aos médicos se podem participar deste tipo de esporte.
CONCLUSÃO: Baseado nestas questões, este artigo de revisão propõe avaliar os riscos e benefícios da atividade física em pessoas com epilepsia e discutir o papel do judô neste contexto.

Unitermos: epilepsia, atividade física, crises epilépticas, judô.

1 EPILEPSIAS: ASPECTOS GERAIS

O termo epilepsia refere-se a um distúrbio da atividade cerebral caracterizada pela ocorrência periódica e espontânea de crises epilépticas, decorrentes da descarga excessiva e sincronizada da rede neuronal, acompanhada de manifestações comportamentais.1,2 Essas crises podem surgir espontaneamente ou ser desencadeadas por situações como: febre, distúrbio eletrolítico, intoxicação, doenças degenerativas e alterações vasculares.3 A epilepsia não é, portanto, uma doença específica ou uma única síndrome, ela representa um grupo complexo de distúrbios decorrentes de funções cerebrais alteradas que podem ser secundárias a um grande número de processos patológicos.4 Acredita-se que dos novos casos de epilepsia a cada ano, 30-40% dos pacientes serão refratários às atuais terapias farmacológicas e conseqüentemente, apresentarão crises epilépticas recorrentes pelo resto de suas vidas.5

Estudos de prevalência e incidência das epilepsias encontrados na literatura apresentam índices com grande variabilidade. Valores de prevalência entre 0,9 e 57 casos/1.000 habitantes e de incidência entre 26 e 190 casos/100.000 habitantes têm sido descritos. No entanto, essas variações podem ser resultantes de características metodológicas diversas, tais como: utilização de diferentes critérios diagnósticos, de classificação, de diferentes métodos de seleção de casos e definições das epilepsias.1,6,7 No Brasil, um estudo recente demonstrou que a prevalência das epilepsias é de 5,4 por 1.000 habitantes.8 A alta incidência das epilepsias nos países em desenvolvimento é decorrente da deficiente assistência pré-natal e maternal, alto índice de prematuridade, desnutrição, traumas durante o parto, convulsões febris da infância e de infecções, particularmente as decorrentes de parasitismo.1 Além disso, a alta incidência e prevalência das epilepsias provocam repercussões nos aspectos socioeconômicos, na medida em que aumentam os custos econômicos diretos (provenientes dos gastos médicos, drogas e hospitalizações) e indiretos da doença (prejuízo econômico por desemprego, licença médica constante ou morte prematura).9

Dentre todos os tipos de epilepsias, os dados epidemiológicos mostram que a forma mais comum é a epilepsia do lobo temporal (ELT), que ocorre em cerca de 40% de todos os casos de epilepsias, sendo a forma mais comum nos adultos.1,7,10,11 A epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) corresponde a 60% dos casos de ELT.12,13 Dessa forma, pode ser considerado um problema clínico devido a alta pre-valência e ao elevado número de pacientes com crises epilépticas refratárias ao tratamento farmacológico.14

2 EPILEPSIA E ATIVIDADE FÍSICA

Apesar do efeito favorável da atividade física sobre a saúde ser inquestionável, programas de exercício físico para indivíduos com epilepsia é ainda assunto de controvérsia.15 Uma atitude superprotetora em relação às pessoas com epilepsia normalmente evita sua participação em atividades esportivas. Esta relutância dos indivíduos com epilepsia e de seus familiares é devida, em parte, pelo medo de que o exercício poderá causar crises16 ou pelo receio de ocorrência de lesões durante o exercício.17 Dessa forma, a principal preocupação das pessoas com epilepsia em relação ao exercício físico resume-se na possibilidade deste atuar como fator indutor de crises ou aumentar a freqüência das mesmas após o início de um programa de treinamento físico. As crises podem ocorrer durante o exercício, no entanto, com uma freqüência bastante reduzida ou em casos específicos.18-21

Nesse sentido, indivíduos com epilepsia podem ter os mesmos benefícios de um programa de treinamento físico que qualquer outra pessoa: aumento da capacidade aeróbia máxima, aumento da capacidade de trabalho, freqüência cardíaca reduzida para um mesmo nível de esforço, redução de peso com redução de gordura corporal e aumento da auto-estima.20

3 POSSÍVEIS EFEITOS BENÉFICOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE AS CRISES EPILÉPTICAS

Alguns estudos têm sugerido que o exercício aumenta o limiar de crises epilépticas, conferindo um efeito protetor aos pacientes com epilepsia. Paralelamente, outros experimentos têm demonstrado que o exercício físico é capaz de reduzir a atividade epiléptica no EEG(22,23). Dessa forma, tem-se observado que tais indivíduos estão propensos a apresentarem menos crises quando estão ativamente ocupados e que poucas crises ocorrem durante a atividade mental e física quando comparadas com períodos de repouso. Durante o exercício físico, um fator não quantificável poderia também reduzir a freqüência ou a indução de crises: o limiar de vigilância. Alerta e vigilância são fatores que podem prevenir crises. Toda atividade física necessita de uma certa quantidade de alerta. Este fator tem sido justificado como possível contribuinte em evitar crises durante o exercício.23 De fato, Lennox24 (1941) sabiamente relatou: "a atividade física e mental parecem ser antagonistas das crises. A epilepsia prefere atacar quando o paciente está desprevenido, em repouso ou dormindo". Além disso, o exercício físico também pode reduzir a ansiedade e outras reações de estresse, simplesmente pela distração proporcionada. No entanto, algumas evidências atribuem estas reduções (estresse e ansiedade) ao metabolismo das monoaminas e/ou liberação de endorfinas.25 Obviamente, a associação entre exercício e sensação de bem-estar tem sido freqüentemente atribuída ao aumento de b-endorfinas no SNC e de forma muito interessante, este aumento de b-endorfinas pelo exercício físico tem sido também sugerida em atuar como anticonvulsivante.26

4 POSSÍVEIS FATORES DESENCADEANTES DE CRISES EPILÉPTICAS DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO

Alguns fatores são presumidos em influenciar ou provocar crises durante atividades esportivas ou exercício físico, apesar desta relação ser meramente especulativa:

a) Estresse: O estresse físico e mental são geralmente aceitos como fatores precipitantes de crises.27 Em esportes de competição, o fator estresse pode induzir crises em pacientes sensíveis ao mesmo.28,29

b) Fadiga: Apenas alguns relatos demonstram a fadiga física como fator indutor de crises.30,31

c) Hipóxia: A hipóxia não ocorre durante atividades esportivas normais. No entanto, poderá ocorrer em atividades como o alpinismo, esqui ou em altas altitudes (2000 m).28,32

d) Hiperhidratação: A hiperhidratação resultante de uma grande ingestão de água ou de uma extrema perda de sódio é um fator conhecido e capaz de provocar crises epilépticas.33 A hiperhidratação pode ocorrer durante exercício físico prolongado como em corrida de maratona e triatlon. Alguns estudos demonstraram que uma superingestão de líquidos isotônicos ou hipotônicos podem levar a hiponatremia.34,35 Entretanto, a perda de água (desidratação) pode ter um efeito protetor em relação à ocorrência de crises.30

e) Hipertermia: Existem relatos de que o exercício prolongado (maratona, triatlon) em altas temperaturas (hipertermia) e sob condições de alta umidade podem aumentar o risco de crises epilépticas.36,37

f) Hipoglicemia: A hipoglicemia é uma ocorrência comum durante o exercício muscular prolongado em indivíduos saudáveis. A depleção das reservas de glicogênio muscular ocorre por volta de 90 minutos após o início de um exercício aeróbio (60% VO2máx), com conseqüente produção inadequada de glicose em relação a sua demanda. Em alguns casos, tem-se registrado que a hipoglicemia induzida por corrida de maratona foi capaz de provocar crises epilépticas.38

g) Hiperventilação: O fato de que a hiperventilação pode provocar descargas epilépticas no EEG e crises, especialmente do tipo ausência, tem levado alguns pesquisadores a supor, erroneamente, que a ventilação aumentada que ocorre durante o exercício seja capaz de provocar o mesmo efeito. Entretanto, a ventilação aumentada durante a atividade física é um mecanismo homeostático para manter a demanda de oxigênio aumentada e a alcalose observada durante a hiperventilação não ocorre.39

5 ESPORTES/ATIVIDADES FÍSICAS QUE PODEM SER PRATICADOS POR INDIVÍDUOS COM EPILEPSIA

Para muitos esportes, o risco na sua participação por indivíduos com epilepsia não é documentado. Sendo assim, é necessário ter cautela na indicação ou contra-indicação da atividade esportiva para pessoas com epilepsia. Alguns autores consideram que quase todas as atividades esportivas são adequadas para indivíduos com epilepsia que apresentam de 1 a 2 crises por ano. Entretanto, as principais organizações médicas como a Academia Americana de Pediatria e a Associação Médica Americana têm alterado seus conceitos em relação a participação de esportes de uma forma muito mais liberal.40,41 Apesar disso, é importante salientar que cada indivíduo deve ser avaliado e considerado separadamente. As Tabelas 1 e 2 mostram, respectivamente, os esportes contra-indicados e com algumas restrições para pessoas com epilepsia.42

6 ESTUDOS QUE ANALISAM O EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE AS CRISES EPILÉPTICAS

A principal preocupação dos pacientes com epilepsia em relação ao exercício físico se deve ao fato deste atuar como um possível fator indutor de crises ou ser capaz de aumentar a freqüência de crises epilépticas após o início de um programa de exercícios físicos. Seguindo essa linha de raciocínio, estudos com seres humanos tem demonstrado diversos efeitos positivos da prática de exercício físico em indivíduos com epilepsia. Nakken et al.20 (1990) não notaram diferenças significativas na freqüência de crises antes, durante e após um período de 4 semanas de exercício físico, porém variações individuais foram observadas. Segundo os autores, as crises ocorreram durante os períodos de repouso, após ou entre as sessões de exercícios. Em 1978, Livingston43 não registrou nenhum caso de crise epiléptica durante a prática de atividade física em 15000 jovens com epilepsia avaliados por um período de 36 anos. Em outro estudo, Kuijer23 (1980) observou pequenas alterações epileptiformes no EEG durante o exercício, mas um marcado aumento nestas anormalidades pós-exercício.

Além disso, alguns estudos sugerem que o exercício físico exaustivo pode induzir crises epilépticas somente em casos raros.19 Uma normalização do EEG tem sido demonstrada após a realização de exercícios de curta duração que levam a exaustão (exercício anaeróbio).22,44 Nakken et al.20 (1990) mediram VO2máx de 11 pacientes com epilepsia para confirmar a validade do teste ergométrico em bicicleta e não registraram crises epilépticas durante esta atividade intensa. Isto poderia ser justificado pelo fato de que a atividade de curta duração e alta intensidade aumenta os níveis de lactato sangüíneo provocando uma acidose metabólica. Paralelamente, Gotze et al.22 (1967) sugeriram que a atividade epileptiforme reduzida durante o exercício poderia ser causada por um aumento na concentração de GABA como conseqüência da acidose metabólica. Resultados similares foram também encontrados por Esquivel et al.39 (1991), que estudaram a relação entre exercício físico e hiperventilação, demonstrando que quanto mais baixo o pH, menor a ocorrência de crises de ausência.

A partir destas informações, nosso grupo de pesquisa da UNIFESP desenvolveu uma série de estudos experimentais com o intuito de tentar esclarecer com maior exatidão a relação entre atividade física e as epilepsias. Através de dois modelos experimentais de epilepsia do lobo temporal: o modelo do abrasamento (kindling) e o modelo da pilocarpina, Arida e colaboradores (45,46) demonstraram que o programa de treinamento físico aeróbio exerceu uma influência positiva em animais com epilepsia. A partir daí, estudos eletrofisiológicos, imunohistoquímicos e metabólicos foram realizados e esclareceram alguns possíveis mecanismos envolvidos nesse processo.47-49

7 JUDÔ E AS EPILEPSIAS

O Judô teve sua origem quando o Professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma arte marcial japonesa, conhecida como Jujitsu, fundamentando sua prática em princípios filosóficos bem definidos, a fim de torná-la um meio eficaz para o aprimoramento do físico, do intelecto e do caráter, num processo de aperfeiçoamento do ser humano.50,51 Nesse sentido, Jigoro Kano, um jovem de físico franzino, graduado em filosofia pela Universidade Imperial de Tóquio, observou que suas técnicas poderiam ter valor educativo na preparação dos jovens, oferecendo a eles a oportunidade de aprimoramento do seu autodomínio para superar a própria limitação.50,51 Assim, o Professor Kano aprofundou seus estudos, pesquisando e analisando as técnicas conhecidas; organizando-as de forma a constituir um sistema adequado aos métodos educacionais, como uma disciplina de educação física, evitando as ações que pudessem ser lesivas ou prejudiciais à sua prática por qualquer indivíduo leigo.50,51 Com esse intuito, em 1882 fundou sua própria escola, denominada de JUDÔ KODOKAN, destinada à formação e preparação integral do homem através das atividades físicas de luta corporal e do aperfeiçoamento moral, sustentada pelos princípios filosóficos e exaltação do caráter.50,51

Jigoro Kano transformou a arte marcial do antigo Jujitsu no Judô, isto é, caminho da suavidade (Ju = suavidade; = caminho), em que através do treinamento dos métodos de ataque e defesa pode-se adquirir qualidades mais favoráveis à vida do homem sob três aspectos: condicionamento físico, espírito de luta e atitude moral autêntica.50,51 A primeira qualidade, condição física, é obtida pela prática do esporte que exige esforço físico de forma ordenada e metódica para proporcionar um corpo forte e saudável, pois todas as funções corporais tornam-se melhor adaptadas pela atividade que promove aumento de força muscular geral, da resistência, da coordenação, da agilidade e do equilíbrio.50,51 A segunda qualidade, espírito de luta significa que, pela prática das técnicas do judô e pela incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo se torna mentalmente condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis, defendendo-se quando ameaçado perigosamente, adquirindo com isso, autoconfiança e autocontrole, não para fugir do perigo, mas para adotar medidas e iniciativas de defesa em qualquer situação.50,51 Por último, a atitude moral autêntica é concebida através da seriedade e rigor do treinamento, que induz a humildade social, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generosidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia, formando e lapidando os verdadeiros caracteres morais do ser humano.50,51

Além disso, uma questão de extrema importância também foi criteriosamente estudada e desenvolvida por Jigoro Kano. Quando na preparação para o lançamento do seu estilo de luta, o Professor Kano deu especial atenção para a integridade física do atleta. Dentro de seu ideal de luta esportiva, Kano procurou eliminar as técnicas perigosas e na impossibilidade de eliminar as quedas, conseqüência natural dos golpes de arremesso, aperfeiçoou técnicas que praticamente anulam as possibilidades de acidentes.51 A prática do ukemi (quedas ou formas de cair ou de ser projetado) proporciona aos judocas um excelente senso de equilíbrio e proteção, mesmo para uma queda fora do tatame que, por pior que seja, terá seus efeitos diminuídos ou anulados.51 Assim, principalmente no início de suas atividades judoísticas, o aluno deve ser muito bem preparado nas técnicas de quedas e rolamentos e mesmo após um grau avançado de prática e conhecimento, deve continuar a ser o ukemi uma preocupação constante para o judoca (51). Dessa forma, os mestres nos ensinam que os judocas devem ter duas preocupações quando efetuam quedas: oferecer uma maior área possível para o impacto e efetuar o batimento de mãos e braços, emitindo uma contra-onda de choque que irá, no mínimo, atenuar o choque produzido pela batida corporal contra o tatame.51

A partir das informações apresentadas até o momento, seria pertinente elaborarmos o seguinte questionamento: Indivíduos com epilepsia podem praticar judô?

Até o momento, nenhum estudo na literatura abordou com exatidão a relação entre epilepsia e a prática de judô. O judô é um esporte tradicional, popular e praticado por indivíduos de diferentes raças, origens, faixas etárias e classes sociais. Além disso, não é raro em nosso meio de atuação profissional sermos abordados pelos pacientes com epilepsia a respeito da possibilidade dos mesmos em praticarem algum tipo de esportes de contato, entre os quais o judô se inclui. Quando comparados com a população em geral, tem sido demonstrado que indivíduos com epilepsia são menos ativos, menos condicionados fisicamente e menos participativos em práticas esportivas.52 Por outro lado, McAuley et al.53 (2001) desenvolveram o primeiro estudo controlado e randomizado no qual avaliaram o efeito de um programa de atividade física com uma duração de 12 semanas em 14 pacientes com epilepsia. Os autores verificaram que o exercício moderado influenciou positivamente o comportamento dos pacientes e não apresentou impacto sobre a freqüência de crises dos mesmos, sugerindo que a prática de atividade física deve ser incentivada para os indivíduos com epilepsia. Da mesma forma, nosso grupo de pesquisa avaliou os hábitos esportivos de 100 pacientes com epilepsia e constatou que, apesar dos indivíduos com epilepsia não praticarem atividade física regularmente, a grande maioria acredita que a atividade física influencia positivamente o tratamento da epilepsia.54 Além disso, salientamos que entre as modalidades esportivas praticadas com maior freqüência pelos indivíduos com epilepsia destaca-se o futebol (n = 25), a natação (n = 18), a ginástica (n = 18), o vôlei (n = 17) e a bicicleta (n = 5). Dessa forma, acreditamos que os pacientes com epilepsia (com controle total de crises, com ou sem o uso de medicação antiepiléptica) devem ser encorajados pelos seus médicos neurologistas à prática do judô, pois além de poderem apresentar uma significativa melhora cognitiva, a prática deste esporte também poderá auxiliar favoravelmente o controle desta síndrome neurológica. A partir desses fatos, seria pertinente delinearmos um segundo questionamento: A prática do judô poderia desencadear crises epilépticas nos pacientes com epilepsia?

Retornando ao nosso estudo,54 vale a pena salientarmos que a maioria dos pacientes entrevistados (84%) nunca apresentou crises epilépticas durante a prática de atividade física. Seguindo essa linha de raciocínio, um estudo recente de Nakken et al.55 (2005) demonstrou que entre diversos pacientes com epilepsia analisados, 50% deles foram capazes de relatar fatores desencadeantes específicos de suas crises epilépticas, sendo o estresse emocional (21%) e a privação de sono (12%) os mais comumente relatados e com relação à atividade física, apenas 3% dos pacientes acreditavam que esta poderia de induzir crises epilépticas. Além disso, está bem documentado que a atividade epileptiforme interictal permanece inalterada ou até mesmo diminuída durante ou imediatamente após a prática de exercício físico, até mesmo em indivíduos que relataram a presença de crises epilépticas associadas à sua prática.52 Nesse sentido, apesar do risco de ocorrência de crises epilépticas diminuir progressivamente em relação ao período de tempo sem crises,56 o médico neurologista deve sempre estar atento a todos esses fatos e quando possível e necessário alertar seus pacientes. Sendo assim, a prática do judô pode e deve ser inserida no contexto das modalidades esportivas liberadas para os indivíduos com epilepsia.

8 CONCLUSÃO

Pelo fato de se encontrar um efeito positivo nos estudos experimentais e clínicos que avaliaram o efeito do exercício físico nas epilepsias, a atividade física em geral não deve ser considerada um fator indutor de crises epilépticas. Além da discussão sobre a influência da atividade física na freqüência de crises, conhecendo que a atividade física proporciona efeitos benéficos tanto físicos quanto psicológicos em pessoas com epilepsia, parece justificável encorajar as pessoas com epilepsia a participarem de um programa de exercício físico regular, dentre os quais o judô se inclui. Obviamente que uma série de estudos ainda deve ser realizado com o intuito de esclarecer com maior exatidão a relação entre atividade física e epilepsia. No entanto, o médico neurologista deve sempre oferecer ao paciente as possibilidades existentes de tratamento e informá-los de uma forma precisa, coerente e baseada na literatura médica atualizada sobre a possibilidade ou não da prática de atividade física. Finalmente, com relação ao judô, a decisão final deverá ocorrer após um consenso entre as partes envolvidas, isto é, o médico, o sensei (professor de judô), o paciente e seus familiares.


Estilos de vida y riesgos en la salud de profesores universitarios: un estudio descriptivo

RESUMEN

Se exploraron los estilos de vida de 40 miembros del personal académico de una institución de educación superior con edades de entre 21 y 53 años, a quienes se aplicaron cuatro instrumentos de evaluación de forma individual sobre factores hereditarios, peso, talla, uso de lentes, alimentación, transporte, recreación, autocuidado, percepción del estrés, reacciones fisiológicas ante eventos estresantes y conductas de hostilidad y competitividad. Los resultados muestran los diversos riesgos: los que suponen la probabilidad de aparición de enfermedad, los que coexisten con alguna o los que pueden ser factores de riesgo que la provoquen. Se discute la importancia de realizar estudios sobre estilos de vida en grupos con el propósito de diseñar, desarrollar y ofrecer programas de prevención y de tratamiento para modificar riesgos a la salud.


Claudia García Hernández1 , Dora Yolanda Ramos1,
Dulce María Serrano Encinas1, Mirsha Alicia Sotelo Castillo1,
Laura Georgina Flores Ivich1 y Leonardo Reynoso Erazo2

1 Departamento de Psicología, Instituto Tecnológico de Sonora, 5 de febrero 818 Sur, Edificio Pool, Unidad Obregón, 85000 Cd. Obregón, Son., México, tel. (644)410-09-21, ext.117, correos electrónicos: cgarcia@itson.mx, dramos@itson.mx, dserrano@itson.mx, msotelo@itson.mx y gfloresivich@hotmail.com.


2 Facultad de Estudios Superiores Iztacala, Universidad Nacional Autónoma de México, Av. de los Barrios 1, Fracc. Jardines de los Reyes, 54040 Tlalnepantla, Edo. de México, México, tel. (55)56-23-12-94, ext. 401, fax (55)53-90-76-04, correo electrónico: erazo@servidor.unam.mx.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Hipertrofia Muscular e Células Satélites

O músculo esquelético adulto exibe uma notável capacidade para regenerar-se em resposta a uma lesão, habilidade esta que reside numa população de células precursoras musculares, conhecidas como células satélites. Em músculos normais, são células quiescentes que estão “seqüestradas” entre a membrana basal e o sarcolema de fibras musculares maduras. As células satélites são responsáveis pelo crescimento tanto fetal quanto pós-natal do músculo esquelético.

Para uma regeneração bem sucedida da musculatura esquelética, as células satélites devem passar por 3 etapas : (1) ativação; (2) extensiva e rápida proliferação e (3) eficiente diferenciação. Imediatamente após uma lesão nas fibras musculares, estas células são rapidamente ativadas, proliferam e fundem-se para formarem novas fibras musculares, ou para repararem segmentos danificados de fibras musculares existentes. Uma parte da população de células satélite não sofre o processo de diferenciação e restabelece o “pool” (conjunto) de células satélites abaixo da lâmina basal das fibras musculares recém-formadas.

Em um grupo de doenças hereditárias como as distrofias musculares, caracterizadas por fraqueza e perda de massa muscular, ciclos repetitivos de degeneração e regeneração muscular ocorrem, impondo assim uma grande e permanente demanda de células satélites de seus respectivos pools. A proliferação torna-se então uma das etapas-chave na regeneração muscular, providenciando um número suficiente de núcleos para assegurar o funcionamento das fibras musculares recém-formadas.

Um dos mecanismos implicados na regulação da capacidade proliferativa das células satélites é a diminuição no tamanho dos telômeros.

O telômero encontra-se na extremidade dos cromossomos (o cromossomo contém nossa informação genética) e cada vez que a célula prolifera (divide) há uma redução no comprimento do telômero. Quanto menor o comprimento do telômero, menor a capacidade de divisão da célula. As células satélites que são incorporadas após proliferarem durante a vida de um indivíduo terão telômeros mais curtos do que aquelas células satélites incorporadas durante sua fase de desenvolvimento muscular (fase fetal), ou seja, cada vez que a célula satélite passar pelo processo de divisão celular, as células satélites “filhas” terão telômeros mais curtos. Eventualmente, estas células cessarão suas divisões quando alcançarem um estágio conhecido por senescência proliferativa, pois seus telômeros atingirão um comprimento que não permitirá mais divisões. Este limite na capacidade proliferativa da célula satélite humana determina o potencial regenerativo muscular.

DISCUSSÃO:
A regeneração das fibras musculares após sofrerem uma lesão (como por exemplo, uma sessão de exercícios com pesos) requer um bom funcionamento das células satélites em todas as fases (ativação, proliferação e diferenciação). Portanto, são fundamentais no processo de hipertrofia muscular. Será que a capacidade proliferativa das células satélites de campeões de musculação é maior do que a capacidade proliferativa da maioria dos praticantes comuns de musculação? Possuiria um campeão de musculação mais células satélites que a maioria das pessoas, por isso teria uma capacidade regenerativa maior? Por que um campeão de musculação pode treinar com intensidades altíssimas e conseguir bons resultados, enquanto outras pessoas necessitam de um grau de intensidade muito menor para conseguirem algum resultado? Por que a maior parte das pessoas que procuram imitar o programa de treinamento de grandes atletas geralmente não obtém resultados satisfatórios, terminando muitas vezes em overtraining? Vários fatores podem estar contribuindo neste processo, mas uma possível explicação seria porque os grandes atletas possuam uma capacidade proliferativa celular maior que a maioria dos praticantes, permitindo uma boa regeneração da musculatura lesada e por isso seriam capazes de suportar um treinamento mais pesado. Além disso, a maioria dos grandes campeões começaram a treinar ainda bastante jovens (somente para lembrar, Arnold Schwarzenegger tinha 55 cm de braço com apenas 19 anos de idade, considerado o maior braço da Europa na época) e possivelmente suas células satélites apresentavam uma capacidade proliferativa muito grande (acredita-se que quanto mais velhos ficamos, menor é a capacidade proliferativa celular, devido à diminuição no comprimento dos telômeros). Isto é GENÉTICA.

Informações do blog do professor Felippe Toledo

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Para que serve a suplementação com whey protein?

Whey é um subproduto da produção de queijo. Definido como 5% solução do açúcar de leite, lactose, em água, combinado com alguns minerais e alfa-lactalbumina. O Whey protein é a combinação de certos tipos de proteínas (proteínas globulares) estas proteínas incluem lactoferrina, beta-lactoglobulina.

O whey protein ganhou popularidade ao se pensar que aumenta massa de muscular mais rápido que outras proteínas ou suplementos de aminoácido. Alguns estudos discutem que para o aumento de força e massa muscular não faz diferença qual a fonte a fonte de proteína. Porém quando comparada com a proteína da soja (Candow, 2006) ou caseína, outra proteína do leite, (Cribb, 2006), o Whey melhorou a massa muscular magra, aumentou a força e diminuiu a massa gorda.

O whey protein se mostrou eficaz na diminuição da massa gorda, podendo ser indicado a suplementação também para indivíduos obesos. E na preservação da massa muscular, beneficiando os idosos pela perda de massa associada ao envelhecimento.

Os estudos indicam resultados positivos para a suplementação do whey protein em pessoas de níveis de aptidão e idades diferentes, mas é prudente consultar um nutricionista antes de consumir para ter conhecimento de como vai ser a adição do suplemento na dieta.

Referências

Candow DG, Burke NC, Smith-Palmer T, Burke DG. Effect of whey and soy protein supplementation combined with resistance training in young adults. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2006;16(3):233Y44.

Cribb PJ, Williams AD, Carey MF, Hayes A. The effect of whey isolate and resistance training on strength, body composition, and plasma glutamine. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2006;16(5):494Y509.

Free running com Vanessa da Mata

HOMA1-IR and HOMA2-IR indexes in identifying insulin resistance and metabolic syndrome: Brazilian Metabolic Syndrome Study (BRAMS).

Resumo

GELONEZE, Bruno e BRAMS INVESTIGATORS et al. Índices HOMA1-IR e HOMA2-IR para identificação de resistência à insulina e síndrome metabólica: Estudo Brasileiro de Síndrome Metabólica (BRAMS). Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2009, vol.53, n.2, pp. 281-287. I

OBJETIVO: Determinar pontos de corte para os índices HOMA1-IR e HOMA2-IR na identificação de resistência à insulina (RI) e síndrome metabólica (SM), além de investigar a associação de ambos os índices com os componentes da SM. MÉTODOS: Foram avaliados indivíduos não diabéticos (n = 1.203, 18 a 78 anos) participantes do Estudo Brasileiro de Síndrome Metabólica. Os pontos de corte para RI foram determinados com base no percentil 90 do grupo saudável (n = 297) e, para SM, foi construída uma curva receiver operating characteristic (ROC) para toda a amostra. RESULTADOS: No grupo saudável, os índices HOMA-IR associaram-se à obesidade central, aos triglicérides e ao colesterol total (p <> 2,7 e HOMA2-IR > 1,8; e, para SM, foram: HOMA1-IR > 2,3 (sensibilidade: 76,8%; especificidade: 66,7%) e HOMA2-IR > 1,4 (sensibilidade: 79,2%; especificidade: 61,2%). CONCLUSÕES: Os pontos de corte identificados para os índices HOMA1-IR e HOMA2-IR possuem aplicação clínica e epidemiológica na identificação de RI e SM em populações miscigenadas multiétnicas ocidentalizadas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mega Rampa - Bob Burnquist

Artigos da CONBRACE


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Multiplicidade de Atividades Profissionais dos Professores/profissionais de Educação Física e o Investimento na Formação Continuada

Por: Maryelle Graça Rodrigues
56ª Reunião Anual da SBPC.

INTRODUÇÃO:

Ao término de uma graduação espera-se que todo professor/profissional já reconheça a área na qual irá atuar. Acredita-se também, que já escolhida sua área de atuação, o profissional invista na sua formação continuada, participando de pesquisas, estudos e cursos de aperfeiçoamento, para que o exercício de sua profissão seja realizado com competências e habilidades atualizadas e essenciais para um indicativo de qualidade. O investimento pessoal e profissional - formação continuada - para uma atuação adequada e para a credibilidade deste professor/profissional junto a comunidade está atrelado a fatores não só individuais, mas principalmente financeiros e de disponibilidade de tempo. Diante deste contexto é que surgiram os seguintes questionamentos: "Onde e com que atuam os professores/profissionais de Educação Física envolvidos com atividades aquáticas em Campo Grande-MS?" e "Se estes professores/profissionais de Educação Física envolvidos com atividades aquáticas em Campo Grande-MS investem na formação continuada?"

METODOLOGIA:

Este estudo fez parte de um projeto maior, o qual tinha por objetivo caracterizar o contexto das instituições (escolas, clubes, academias e hotéis) que ofereciam atividades aquáticas (natação, hidroginástica, pólo aquático, nado sincronizado e biribol) na cidade de Campo Grande - MS. Os dados desta pesquisa foram coletados pelos alunos do 3º ano do curso de Educação Física, do período matutino, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como parte dos requisitos da disciplina "Natação I", durante o primeiro semestre do ano de 2003. A pesquisa foi de caráter descritivo-exploratório, pois conforme Thomas e Nelson (2002), por meio dela a realidade pode ser exposta pelos fatos ou dados estatísticos e através destas informações solucionar problemas e melhorar práticas. A coleta dos dados foi realizada por meio de: questionário contendo questões abertas e fechadas, entrevista semidirigida e roteiro de observação. Para apresentação deste trabalho foram focalizados somente os dados referentes ao tempo que professores/profissionais se dedicavam ao desenvolvimento de suas atividades profissionais, uma vez que, isso influencia e muitas vezes, determina a disponibilidade para a dedicação aos estudos. Dos 39 professores/profissionais que participaram da pesquisa maior, 29 abordaram a temática pertinente a este estudo

.RESULTADOS:

Diante dos dados coletados constatou-se que dos vinte e nove (29) professores/profissionais que trabalhavam com atividades aquáticas vinte e quatro (24) deles atuavam em academias, sendo que sete (7) ministravam aulas só de natação, nove (9) atuavam com natação e hidroginástica e os outros seis (6) com natação e hidroginástica, e também eram responsáveis pelas aulas de ginástica. Entre professores entrevistados, vinte e um (21) trabalhavam em escolas, sendo três (3) com natação, dois (2) com natação e hidroginástica, um (1) como técnico de natação e os demais quinze (15) trabalhavam com outras atividades da Educação Física. Em clubes, quatorze (14) deles atuavam com atividades aquáticas, sendo que três (3) ministravam aulas só de natação, um (1) somente de hidroginástica, oito (8) de natação e hidroginástica, dois (2) com natação e treinamento desportivo. Nenhum profissional/professor foi encontrado em hotéis atuando com atividades aquáticas. Poucos professores/profissionais atuavam nos três estabelecimentos que ofereciam atividades aquáticas somente cinco (5), ou seja, em academias, escolas e clubes; treze (13) atuavam em dois estabelecimentos e dezessete (17) em apenas um. Entre os professores/profissionais pesquisados somente dez (10) realizavam investimento na formação continuada; ou seja, a participação em cursos de pós-graduação, leitura de livros, revistas e artigos relacionados a área, como também a participação em cursos de curta duração.

CONCLUSÕES:

Este estudo permitiu observar que a maioria dos professores/profissionais de Educação Física, que atuavam com atividades aquáticas em Campo Grande/MS, trabalhava em apenas um tipo de estabelecimento - academia. Entretanto, estes professores/profissionais ministravam aulas de diferentes modalidades (natação, hidroginástica, treinamento e Educação Física escolar) em sua prática profissional. A atuação diversificada exigia destes habilidades e competências diferenciadas, envolvendo tanto o universo das atividades aquáticas, quanto de outras áreas de atuação profissional (por exemplo: aulas de Educação Física Escolar). Entre as atividades aquáticas, a maior parte dos professores/profissionais trabalhava com a natação e os demais com hidroginástica e treinamento. Nenhum dos professores/profissionais relatou ministrar aulas e/ou treinamento de pólo aquático, e biribol, fato este que indica um mercado de trabalho ainda a ser explorado em Campo Grande. Essa diversificação de atividades e de locais de atuação dos professores/profissionais de Educação Física se dá, muito provavelmente, devido ao fato destes não conseguirem atender suas necessidades de sobrevivência. O fato de terem que recorrer a outras fontes de renda, faz com que estes professores/profissionais sobrecarregam a agenda com uma multiplicidade de funções e de locais de atuação, fato este que era a justificativa apresentada pelos participantes da pesquisa para a falta de investimento na formação continuada.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sente caimbras? Seus problemas acabaram


Vá com calma pois esse estudo foi feito especificamente para os jogadores do São Caetano.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Dia do desafio" na Praça Vermelha, Moscou

Vício em exercícios é similar à dependência de heroína

As pessoas que correm regularmente e não conseguem suportar a ideia de perder uma sessão de treinamento podem estar viciadas em exercícios de uma maneira que se assemelha ao vício em heroína, de acordo com um novo estudo envolvendo ratos de laboratório. O conhecido "barato do corredor" talvez seja culpado: os seres humanos que correm regularmente precisam ampliar as distâncias percorridas se desejam continuar desfrutando daquela sensação de euforia, dizem especialistas.

E caso esses corredores se vejam forçados a parar, podem mostrar sinais de depressão. Esses "sintomas de abstinência" levaram pesquisadores a teorizar que produtos químicos causadores de vícios são liberados pelo organismo quando as pessoas se exercitam.

Anorexia atlética
Para estudar essa ideia, uma equipe liderada por Robin Kanarek, na Universidade Tufts, em Massachusetts, dividiu ratos de laboratório entre dois tipos de gaiola: um equipado com rodas para corrida e outro não. Ao longo de sete dias, os ratos de laboratório tanto machos quanto fêmeas que ocupavam as gaiolas com rodas ampliaram a distância percorrida nas rodas a cada dia.

Isso não foi surpresa. Ratos que têm acesso às rodas de exercício já haviam sido observados enquanto ampliavam seu uso com o passar do tempo, disse Kanarek, cujo estudo foi publicado na edição de agosto da revista Behavioral Neuroscience.

No nono dia da pesquisa, os ratos ativos e os sedentários foram divididos em grupos. Depois de passarem os dias iniciais da experiência tendo acesso a alimentos o tempo todo, cerca de metade dos ratos de laboratório que se exercitavam passaram a receber apenas uma porção de alimentos ao dia, e um prazo de uma hora no qual se alimentar. Isso gerou "anorexia atlética" nos ratos cuja alimentação foi restrita. Eles passaram a correr drasticamente mais e começaram a perder peso.

Nos seres humanos, a anorexia atlética pode ser um problema mental fatal, que leva os pacientes a se exercitarem compulsivamente de forma a perderem peso.

Abstinência
Kanarek queria determinar se a condição anoréxica era causada pela ativação de alguns dos mesmos percursos químicos envolvidos no vício em narcóticos. Para detectar, ela e sua equipe aplicaram injeções de naloxone, um composto químico muitas vezes usado para ajudar pacientes humanos a enfrentar vícios, nos ratos de laboratório participantes.

Quando usado por seres humanos, o medicamento gera sintomas de abstinência que incluem contorções, tremores e movimentos glotais. Kanarek solicitou que observadores que não conheciam a formulação da experiência anotassem o comportamento dos ratos. Eles constataram que os ratos que mais corriam apresentavam os mais fortes sintomas causados por abstinência, enquanto os ratos sem acesso às rodas exibiam menos sintomas.

Desintoxicar exercícios
Kanarek não se preocupa com a possibilidade de que exercícios se tornem um vício em massa para os seres humanos. "Embora tenhamos vistos sintomas associados à abstinência induzidos pelo naloxone nos ratos ativos, os sintomas não foram tão severos quanto os de abstinência de uso de morfina, o que sugere que exercícios viciem menos", ela disse.

E além disso os efeitos do exercício como vício podem ser usados de forma positiva. "Acreditamos que um lado positivo de nosso estudo é que os exercícios possam ser usados como forma de ajudar na recuperação dos viciados em drogas", ela acrescentou.

Fonte: Terra

El glucógeno, básico para el ejercicio aeróbico

El glucógeno es una reserva de energía muy importante que se encuentra, entre otros, en la glucosa, que se localiza fundamentalmente en el hígado y en el músculo.

En deportes donde prima el trabajo aeróbico se produce fatiga, generalmente como consecuencia de tomar menos carbohidratos de los necesarios y, por tanto, agotar el glucógeno muscular. Si vamos a participar en una competición aeróbica, debemos prepararnos días antes para incrementar al máximo las reservas de glucógeno. ¿Pero cómo conseguirlo?

Podemos poner en práctica el denominado tapering, que supone controlar tanto entrenamiento como dieta. A siete días vista, durante los cuatro primeros disminuimos el volumen de ejericio de un modo progresivo manteniendo una intensidad elevada. Al mismo tiempo seguimos una dienta baja en carbohidratos. Pero cuando llegamos a los tres días previos a la competición, la dieta tiene que ser rica en carbohidratos, principalmente complejos: legumbres, granos, frutas y vegetales. Si comparamos con los azúcares refinados, los carbohidratos complejos son mucho más nutritivos en cuanto a vitaminas minerales y fibra, además de tener niveles de grasa más bajos.

De esta forma, lo que estamos haciendo es, primero, dejar parcialmente agotadas las reservas de glucógeno de los músculos, y después sobrecompensarlas.

por raul

Trash Story

Trash Story with parkourcreation.ru from Mikhail S. on Vimeo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Estudo que usa a dieta da idade da pedra lascada para tratar os diabéticos tipo II.

Cientistas da Lund University, Suécia, compararam os efeitos da dieta da idade da pedra lascada com a dieta geralmente recomendada em pacientes diabéticos do tipo II com o objetivo de identificar qual oferece um maior controle dos fatores de risco de doença cardiovascular.

Na pesquisa a dieta de recomendada aos diabéticos são refeições uniformemente distribuídas com legumes, raízes (cenoura, batata, aipim), fibras, pão de integral e outros cereais integrais, e frutas, diminuindo a ingestão da gordura total e gordura não saturada. O consumo de sal recomendado foi abaixo de 6 g/dia.

Os pesquisadores aconselharam o grupo da dieta paleolítica a seguir uma dieta que deveria estar baseado em carne magra, peixe, fruta, folhosas e vegetais crucíferos (brócolis, couve), raízes, ovos e nozes, excluindo derivados de leite, feijões, gorduras refinadas, açúcar, doce, refrigerantes, cerveja e adição extra de sal.

Não houve restrição calórica em nenhuma das duas dietas. Depois de comparar os efeitos das duas dietas durante 3 meses, os pesquisadores concluíram que a dieta de paleolítica reduziu o HbA1c, peso, IMC e circunferência de cintura, pressão sanguínea, triglicerídeos e aumentou HDL mais significativamente do que a dieta geralmente prescrita aos diabéticos.

Diante dos resultados clínicos a dieta de paleolítica indica que é um tratamento muito efetivo para deficiência orgânica metabólica moderna, sobre-peso e obsidade, resistência de insulina e intolerância de glicose. Ou seja, a dieta industrial moderna causa deficiência orgânica metabólica.

Fonte:

Beneficial effects of a Paleolithic diet on cardiovascular risk factors in type 2 diabetes: a randomized cross-over pilot study

Jönsson T, Granfeldt Y, Ahrén B, Branell UC, Pålsson G, Hansson A, Söderström M, Lindeberg S.

Department of Clinical Sciences, Lund, Lund University, Box 117, 221 00 Lund, Sweden. Tommy.Jonsson@med.lu.se

BACKGROUND: Our aim was to compare the effects of a Paleolithic ('Old Stone Age') diet and a diabetes diet as generally recommended on risk factors for cardiovascular disease in patients with type 2 diabetes not treated with insulin. METHODS: In a randomized cross-over study, 13 patients with type 2 diabetes, 3 women and 10 men, were instructed to eat a Paleolithic diet based on lean meat, fish, fruits, vegetables, root vegetables, eggs and nuts; and a Diabetes diet designed in accordance with dietary guidelines during two consecutive 3-month periods. Outcome variables included changes in weight, waist circumference, serum lipids, C-reactive protein, blood pressure, glycated haemoglobin (HbA1c), and areas under the curve for plasma glucose and plasma insulin in the 75 g oral glucose tolerance test. Dietary intake was evaluated by use of 4-day weighed food records. RESULTS: Study participants had on average a diabetes duration of 9 years, a mean HbA1c of 6,6% units by Mono-S standard and were usually treated with metformin alone (3 subjects) or metformin in combination with a sulfonylurea (3 subjects) or a thiazolidinedione (3 subjects). Mean average dose of metformin was 1031 mg per day. Compared to the diabetes diet, the Paleolithic diet resulted in lower mean values of HbA1c (-0.4% units, p = 0.01), triacylglycerol (-0.4 mmol/L, p = 0.003), diastolic blood pressure (-4 mmHg, p = 0.03), weight (-3 kg, p = 0.01), BMI (-1 kg/m2, p = 0.04) and waist circumference (-4 cm, p = 0.02), and higher mean values of high density lipoprotein cholesterol (+0.08 mmol/L, p = 0.03). The Paleolithic diet was mainly lower in cereals and dairy products, and higher in fruits, vegetables, meat and eggs, as compared with the Diabetes diet. Further, the Paleolithic diet was lower in total energy, energy density, carbohydrate, dietary glycemic load, saturated fatty acids and calcium, and higher in unsaturated fatty acids, dietary cholesterol and several vitamins. Dietary GI was slightly lower in the Paleolithic diet (GI = 50) than in the Diabetic diet (GI = 55). CONCLUSION: Over a 3-month study period, a Paleolithic diet improved glycemic control and several cardiovascular risk factors compared to a Diabetes diet in patients with type 2 diabetes.

Stephan Guyenet - Paleolithic Diet Clinical Trials Part IV


Tá sem dinheiro pra pagar a academia?

Análise Comparativa de Variáveis Dinâmicas da Marcha Entre Indivíduos Adultos Praticantes de Caminhada e Idosos

Por: Roberta Pires

56ª Reunião Anual da SBPC.

Introdução:

na literatura está bem definido que as capacidades físicas e motoras dos indivíduos podem ser alteradas tanto pelo exercício como pelo processo de envelhecimento. Se por um lado o treinamento objetiva a melhoria destas valências, o processo de envelhecimento, em condições de normalidade, tende a produzir perdas. Neste sentido torna-se importante investigar as características dinâmicas da marcha destas populações tendo em vista que muitas pessoas têm praticado a caminhada na busca de benefícios de ordem física, ou voltados à saúde, estética e lazer, bem como comparar as mesmas variáveis com a população idosa considerando as possíveis modificações anátomo-fisiológicas advindas com o passar dos anos aliadas aos hábitos sedentários que a maioria dos idosos adotam. Com base no exposto e atentando para possíveis diferenças, justifica-se a realização deste estudo com o objetivo geral de analisar as variáveis dinâmicas da marcha de dois grupos: indivíduos adultos praticantes de caminhada e idosos. Especificamente, identificar e comparar os valores das variáveis dinâmicas da marcha: primeiro pico de força (ppf), segundo pico de força (spf), força de suporte médio (fsm), taxa de aceitação do peso (tap) e taxa de retirada do peso (trp) entre esses dois grupos.

metodologia:

participaram, voluntariamente, do estudo descritivo diagnóstico 50 sujeitos de ambos os sexos, compreendendo dois grupos: 15 idosos com idade entre 64 e 83 anos e média de 63,33 (±25,3) anos e 35 adultos praticantes de caminhada com idade entre 18 e 37 anos e média de 24,14 (±4,5) anos. os dados foram coletados no laboratório de biomecânica do centro de educação física, fisioterapia e desportos da udesc. utilizou-se, como instrumento de coleta, uma esteira ergométrica kistler - 9810sl com duas plataformas de força de cristais piezoelétricos acopladas à sua base, que permitem registrar a força vertical de reação do solo. para a aquisição dos dados adotou-se os seguintes procedimentos: a) a pesagem dos sujeitos sobre a esteira para posterior normalização dos dados em função do peso corporal, b) período suficiente de adaptação ao equipamento e c) aquisição dos dados dinâmicos da marcha na velocidade de 4 km/h, com freqüência de amostragem de 600 hz e tempo de aquisição de 12s. os dados foram processados utilizando-se o software gaitway for windows® versão 1.08, e organizados em um banco de dados específico e tratados com estatística descritiva e inferencial (teste "t" de student) considerando p ≤ 0,05.

resultados:

na comparação das diferentes variáveis entre adultos praticantes de caminhada e idosos, houve diferença significativa apenas nas variáveis spf maior para os adultos com 1,06pc e 1,01pc para os idosos e p=0,01 e tap, maior para os idosos com 8,22pc/s enquanto os adultos apresentaram uma tap de 6,85pc/s, isso com um p=0,001. mesmo não sendo estatisticamente diferentes, constatou-se que (a) os idosos apresentam o ppf (1,07pc) superior ao ppf dos adultos (1,05pc), ambos próximos aos valores citados na literatura em torno de 1,1 pc; ); (b) houve inversão de valores entre ppf e spf, sendo o spf maior nos adultos enquanto que o ppf maior nos idosos; (c) a fsm dos adultos foi maior (0,82pc) que a dos idosos (0,79pc); (d) os valores de trp foram (5150,73n/s) para os idosos e (5301,97n/s) para os adultos, ambos inferiores aos da literatura aproximadamente (6000n/s). em síntese, os resultados obtidos indicam que os idosos por apresentarem aumento na tap e diminuição do spf em relação aos adultos praticantes de caminhada, em decorrência do processo de envelhecimento e da redução de atividades motoras, tenham reduzido a força propulsora dos músculos extensores dos membros inferiores combinado com encurtamento dos isquiotibiais.

conclusões:

concluiu-se que as diferenças em algumas variáveis dinâmicas da marcha entre os adultos praticantes de caminhada e os idosos, estejam possivelmente relacionadas à prática de exercícios físicos e às modificações no sistema ósteo-mio-articular como conseqüências do processo de envelhecimento. os adultos praticantes de caminhada apresentaram maior segundo pico de força, força de suporte médio e taxa de retirada do peso, características estas que podem ser atribuídas a maior capacidade motora desses indivíduos, principalmente quanto ao spf que é dependente desse grupo muscular propulsor. os idosos apresentaram maior primeiro pico de força e taxa de aceitação do peso, a primeira relacionada ao encurtamento dos isquiotibiais, enquanto que o aumento da tap aponta para dificuldades de equilíbrio e/ou controle motor durante o ato de caminhar.

Amplitude de Movimento de Flexão do Quadril e da Coluna Vertebral e Sua Relação com a Postura em Pé e Sentada

Por: Laura Eichenberg Surita

56ª Reunião Anual da SBPC.

Introdução:

a flexibilidade é uma das qualidades físicas determinantes da aptidão física e é principalmente influenciada pela idade e sexo (norkin & white, 1997). A literatura apresenta que as meninas são mais flexíveis que os meninos (alter, 1999, gaya, 2002), entretanto, os estudos geralmente utilizam testes que avaliam a flexibilidade geral da criança. Um estudo preliminar (surita & souza, 2002) que avaliou a flexibilidade da coluna vertebral mostrou que os meninos de 7 a 8 anos possuíam médias maiores que as meninas.

Durante o período da infância e adolescência, ocorrem alterações significativas na flexibilidade. Os ossos crescem mais rapidamente que o alongamento da musculatura e encurtamentos musculares podem ser provocados. De acordo com souza (1996), esses encurtamentos podem ocasionar desvios posturais.

A literatura que fala sobre flexibilidade e postura corporal (struyf, 1995; duffour, 1989), mostra que é importante preservar a amplitude das articulações do quadril e da coluna vertebral, para a manutenção da postura e realização das atividades diárias. Como a criança é mais flexível que o adulto, a formação de más atitudes posturais como a sua correção, ficam facilitadas nesta fase.

Diante disso, resolveu-se realizar um estudo descritivo que objetiva apresentar a amplitude articular de flexão do quadril e da coluna vertebral de crianças de 7 a 14 anos, considerando a idade e o sexo e verificar a relação entre estas amplitudes e a postura corporal nas posições em pé e sentada.

Metodologia:

depois do contato com a direção da escola estadual otávio de souza, em porto alegre e a sua autorização para realização da pesquisa, encaminhou-se um termo de consentimento informado para os pais das crianças selecionadas. Após o consentimento, iniciou-se a coleta de dados. Inicialmente, foi mensurada, na própria escola, a amplitude de flexão do quadril através da goniometria (norkin & white, 1997) e a amplitude de flexão da coluna vertebral através do teste de schober (duffour, 1989). Em seguida, as crianças foram levadas até o laboratório de pesquisa do exercício da escola de educação física da universidade federal do rio grande do sul, onde foram fotografadas em trajes de banho, nas posturas em pé e sentada. Na postura em pé, as crianças foram posicionadas diante de um posturógrafo e fotografadas de perfil. Na postura sentada, foram realizadas duas fotografias: na primeira foi solicitado apenas para a criança sentar no banco, e na segunda a criança foi orientada a sentar sobre os ísquios.

A amostra desse estudo foi composta por 100 escolares de ambos os sexos, divididos em quatro grupos: 7 a 8 anos, 9 a 10 anos, 11 a 12 anos e 13 a 14 anos.

O tratamento estatístico foi realizado através do pacote estatístico spss 8.0 for windows. Para a comparação entre os sexos foi utilizado o teste t de student para variáveis independentes. Para a comparação entre as faixas etárias foi utilizado anova one way (teste post-hoc bonferroni). O nível de significância adotado foi p<0,05.

Resultados:

a análise estatística mostrou que, comparando as crianças por faixa etária, na flexão do quadril, não houve diferença significativa entre o grupo de 9 a 10 anos e o de 11 a 12 anos, assim como entre o grupo de 11 a 12 anos e o de 13 a 14 anos. Na flexão da coluna vertebral, não houve diferença significativa apenas entre o grupo de 7 a 8 anos e o de 9 a 10 anos na flexão da coluna total e não houve diferença significativa entre todas as faixas etárias na flexão da coluna lombar.

Comparando meninos e meninas, houve diferença significativa na flexão do quadril e na flexão da coluna lombar entre as crianças de 11 a 12 anos e entre as de 13 a 14 anos. Em relação à flexão da coluna vertebral não houve diferença significativa entre meninos e meninas em todas as faixas etárias.

Comparando as fotografias na postura em pé, podemos perceber que há uma prevalência, principalmente nos mais jovens, de possuir anteversão do quadril, hiperlordose lombar e protusão abdominal. Todas estas, características da faixa etária, não sendo desvios estruturais.

Analisando as fotografias na postura sentada, a maioria das crianças apresentou cifose dorsal associada à retroversão do quadril, mas a maioria delas conseguiu sentar sobre os ísquios quando orientadas para o mesmo.

Dessa forma, é importante considerar que as crianças apresentaram posturas funcionais (flexíveis) características da faixa etária, o que justifica, em alguma medida, a não interferência das mesmas na sua flexibilidade.

pesquisa relacionando-as com a maturação sexual, prática de atividade física e atividades realizadas no tempo livre, uma vez que as crianças estão mais inativas atualmente.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Corrida Maluca

Ela é mulher. Mas tem “aquela” porção masculina

Chegou ao fim o mistério de Semenya. Depois do técnico da seleção sul-africana, Wilfred Daniels, pedir demissão por se sentir insultado e ela própria considerar os questionamentos sobre seu sexo “apenas uma brincadeira”, exames realizados durante o Mundial de Berlim, em agosto, comprovaram que a campeã dos 800m na competição é hermafrodita. Os testes mostraram que a atleta não possui ovários, apesar de na aparência externa apresentar ógão sexual feminino, e tem testículos internos “escondidos”, que produzem grande quantidade de testosterona. O porta-voz da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), Nick Davies, confirmou a informação, mas afirmou que Semenya não irá perder a medalha de ouro conquistada em Berlim. “Essa é uma questão médica e não doping, o que caracterizaria uma trapaça dela. Esses testes não sugerem nenhuma suspeita de má conduta, que daria uma vantagem a Semenya sobre as adversárias. Não há uma desqualificação de resultados em casos desse tipo”, disse o porta-voz. (Pimenta na Muqueca com informações do globo.com.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

OUT OF TIME

Som na caixa!

Revista Contra-Relógio

EDIÇÃO 178 - JULHO 2008

POR YARA ACHÔA (yara.achoa@uol.com.br)

Você gosta de correr com música? Veja onde encontrar boas trilhas sonoras na Internet para aquecimento, para rodagem, para treinos longos e até baseadas no BPM... E mais: os cuidados para não comprometer sua corrida e sua saúde.

Foto: Nick Onken

Corrida e música formam uma boa combinação. Com o avanço da tecnologia, que produz equipamentos cada vez mais compactos e de fácil adaptação ao esporte, e a agilidade da Internet que põe a nosso alcance uma infinidade de canções, há quem não saia nem para o aquecimento sem seu aparelhinho plugado no ouvido. Mas até seus hits preferidos ditarem o ritmo na corrida, há um caminho a ser percorrido: fazer uma boa seleção, baixar as músicas no computador, transferi-las para seu player. Não que seja difícil, mas exige uma certa base sobre o assunto para não se perder em páginas da web e downloads que nunca se completam.

"É muito simples baixar músicas para iPods e mp3 players da Internet. Existem sites e programas próprios para esse fim. Em alguns é preciso pagar por elas (em razão dos direitos autorais), em outros elas estão disponíveis e autorizadas para downloads gratuitos", explica o DJ Burman, de São Paulo.

GOSTO NÃO SE DISCUTE. A trilha sonora ideal para correr é aquela que motiva e incentiva o indivíduo. E isto está diretamente ligado ao gosto musical de cada um. Uma pessoa que curte rock pesado certamente não vai se sentir estimulada com baladas pop. "O que se deve levar em consideração é que, em cada gênero, temos sempre variações de hits mais calmos e mais agitados, possibilitando compor uma trilha que acompanhe do aquecimento ao treino em si. É importante, no entanto, mesclar músicas de ritmo mediano às mais rápidas, buscando um equilíbrio em toda a corrida. Principalmente nos percursos mais longos, como os que ultrapassam duas horas, onde se ouve por volta de 30 músicas", aconselha Burman. Para quem não tem paciência de baixar as músicas ou não consegue montar uma playlist motivadora, ele inclusive oferece um serviço de "personal DJ". Ou seja, faz uma atenta entrevista com o corredor para identificar seu gosto musical e seu ritmo de treino, criando então diferentes seqüências, com atualizações constantes.

SOB MEDIDA PARA SEU RITMO. Você está embalado, correndo na batida pop de Rihanna com "Please Don't Stop the Music", por exemplo, e de repente entra uma música mais lenta, como "Running", de No Doubt. Sem que se dê conta, o ritmo do exercício pode cair. Então, se você gosta de correr com música deve pensar também na trilha sonora que não atrapalhe seu rendimento no treino - na maioria das vezes essa lista está montada somente em cima de gosto pessoal.

Alguns sites internacionais oferecem trilhas sonoras baseadas no BPM (batimento por minuto). O mais legal é o Running Music Mix (http://www.runningmusicmix.com/), dedicado a temas para corrida. Você encontra os mais variados gêneros - pop, rock, alternativo, new wave, dance, eletrônico -, distribuídos em treinos de: abaixo de 135 BPM (para caminhada ou aquecimento); entre 135 e 155 BPM (trote); entre 155 e 175 BPM (corrida) e acima de 175 BPM (corrida forte). Para explorar todo site e ter acesso às listas completas, faça um rápido cadastro. Em poucos minutos você recebe uma confirmação por e-mail e navega à vontade. As canções custam US$ 0,99 cada.

Já o Run2Rhythm (http://run2r.com/) traz músicas compostas especialmente para corrida, também baseadas no BPM (de 150 a 171 BPM). Nasceu da necessidade do pianista e compositor Gary Blake, que treinava para o Ironman australiano em 2006. Como os hits que ouvia em seu mp3 não combinavam com a cadência de seus treinos, ele resolveu criar suas próprias canções. Em parceria com um professor de atletismo, trabalhou em um programa para combinar ritmos e velocidade de corrida. Hoje ele conta com um grupo de artistas (pianistas, percursionistas, guitarristas, compositores, arranjadores) e as músicas (de gêneros diversos, como eletrônico, pop/funk, techno e rock) são gravadas em um estúdio profissional em Melbourne, Austrália. Cada seleção de 15 minutos sai por US$ 3,99 e a compra é feita no próprio site. É possível ouvir alguns trechos das composições antes de adquiri-las.

No The Music Guidebook (http://www.musicguidebook.com/articles/index-of-running-music) você encontra um índice de músicas de corrida, que vão de "Vertigo" e "All Because of You" do grupo U2 a "I Feel Love", remix de Donna Summer, além de canções baseadas em BPM. Mas são apenas sugestões, pois não há como baixá-las do site - será preciso procurá-las nas lojas virtuais que disponibilizam canções.

Na linha de playlists inspiradoras, dê uma olhada ainda no About.com: Running & Jogging. O link que o direcionará mais rapidamente ao assunto é http://running.about.com/od/musicforrunners/Top_Picks_in_Music_for_Runners.htm. Você encontra Top 10 de hip hop, Top 40 de Pop e até uma sugestão de mix musical para treinos de um minuto de corrida e um minuto de caminhada.

Entre as marcas esportivas, a Nike, por meio do site Nike Plus (http://nikeplus.nike.com/nikeplus), também oferece uma lista de power songs - as mais votadas pelos usuários do sistema. As top 5 são "Eye of the Tiger"; "Pump it"; "Love Generation"; "Vertigo" e "Jump". Porém, não há como baixá-las do site.

MÚSICA ATRAPALHA OU MELHORA O DESEMPENHO NA CORRIDA?

Canções mexem com emoções e podem, claro, dar um up no ânimo do corredor. "Quem não se sente motivado ouvindo Eye of the Tiger, por exemplo, tema do filme Rocky, o Lutador? Impossível não lembrar da cena dele se preparando e correndo todos os dias pelas ruas da Filadélfia", argumenta o DJ Burman.

"Em rodagens e treinos mais longos com certeza a música ajuda e bastante, pois tem um grande fator motivacional", diz o maratonista e treinador Adriano Bastos. O personal trainer Marcos Caetano, do Instituto Vita de São Paulo, vivencia esse argumento na prática com seus alunos: "A maioria pratica corrida como forma de prazer, bem-estar, condicionamento físico. Nos treinamentos acima de uma hora, eles acham fundamental a música como forma de estímulo para superar o percurso."

Acreditando que se deve fazer uma coisa de cada vez, o treinador Mario Sergio, da Run&Fun, orienta seus atletas a não usar o aparelho nos treinos em grupo. "Além de distrair, tirando o foco dos aspectos técnicos e táticos da corrida, atrapalha quando queremos passar algumas informações. Agora, se for só uma rodagem leve, tudo bem, para espantar a monotonia."

Para aqueles que não dispensam o aparelhinho plugado no ouvido, Marcos Caetano aconselha que se ouça as músicas em volume agradável e que se tenha cuidado para não se distrair durante o percurso, provocando acidentes. "Também evite correr segurando o aparelho nas mãos, para não comprometer a biomecânica da corrida. Use-o preso ao corpo, em uma braçadeira ou cinta".

Já em competições, Adriano Bastos não se mostra favorável ao uso do tocador musical. "Não posso proibir, cada um sabe o que faz, mas acredito que o atleta acaba se distraindo e não prestando a atenção em suas passagens de quilômetro, o que é capaz de comprometer sua prova. Isso porque ele pode se empolgar e começar em um ritmo mais forte do que deveria ou simplesmente se acomodar no embalo da música, ficando bem abaixo do que poderia ter rendido."

OUVIDOS ATENTOS A ESSES CUIDADOS

- No ano passado, a americana Cheryl Risse, foi atropelada por um trem enquanto treinava na Flórida. Ela caiu na linha do trem e não escutou que a locomotiva estava perto. Cheryl estava com seu mp3 ligado e com o acidente teve suas duas pernas amputadas. "Se estiver com música, o atleta corre o risco de não ouvir ou confundir sons", argumenta Adriano Bastos. "Em locais de grande fluxo de carros, motociclistas e ciclistas a atenção tem que ser redobrada", completa Marcos Caetano.

- A exposição prolongada a ruídos intensos pode levar o usuário a uma perda auditiva induzida por ruído (PAIR) ou hiperacusia (dor associada a audição de ruídos altos). "Apesar de ser música, tecnicamente ela é classificada como ruído pela inter-relação frequencial. Como os players são conectados à orelha humana por fones, às vezes introduzidos no canal, há menor dissipação do som e portanto maior concentração sonora. As pessoas que usam iPod e mp3 regularmente em volume intenso são candidatos a desenvolver a PAIR", explica o fonoaudiólogo Fernando Caggiano Júnior, do Centro Auditivo Widex de São Paulo. Segundo o especialista, intensidades acima de 85dB já podem ser lesivas, dependendo do número de horas de uso. "Se o volume do mp3 estiver alto, o que atingiria fácil 110 dB, o máximo que o usuário poderia ficar exposto é 15 minutos por dia", completa a otorrinolaringologista Ângela Shimuta, de São Paulo. "Cabe salientar que as perdas induzidas por ruído são progressivas e sua evolução lenta, portanto deve-se tomar cuidado, diminuindo o tempo de exposição ao ruído e controlando seu volume, readequando o uso dos aparelhos sem desespero", finaliza Fernando.